quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entrevista com LOCOMOTIVA

Programa Desabafo Urbano bateu um papo com ele que é ex integrante do grupo Manuscritos, hoje em careira solo, vem se fortalecendo cada dia mais na cena do hip-hop nacional. Vamos passear na locomotiva sonora do nosso entrevistado, parando nas estações da mixtape, religião, freestile entre outros assuntos:

Na verdade não é uma entrevista, mas sim um bate papo, queria muito que fosse ao vivo em vídeo mas nossas agendas não batem. Vamos lá então:

 
MODU: O nome Locomotiva, pode ter várias conotações, "Louco que motiva" ou, fazendo uma comparação
ao seu flow, há uma locomotiva, quem tem uma cadência acelerada e constante.esclarece aê pra gente, qual é o real sentido do nome, e qual é o certo junto ou separado, LOCO-MOTIVA ou LOCOMOTIVA?
Paz a todos do Desabafo Urbano é uma honra pra mim estar participando desse bate-papo, falando um pouco da minha história. O nome surgiu numa junção das duas palavras mesmo: "Loco",que é meu apelido desde que comecei a improvisar e "motiva", pelas rimas positivas e motivadoras. O que pouca gente sabe é que esse nome foi dado pelo Dino T-rex (Rapress / Uvu), numa sessão de gravação. Surgiu do nada, sabe aquelas idéias tipo: Eureka, é isso? Então, foi bem por aí. A escrita correta seria com hífen, separando os nomes mas isso é só um detalhe. Mais valioso é entender que esse nome é só um nome perto do nome sobre todo nome, o do nosso Senhor Jesus Cristo. 
MODU:  Sendo assim devidamente esclarecida essa dúvida. Gostaria que se apresentasse pra galera. Diga-nos quem é o Locomotiva, como descobriu o hip hop, e há quanto tempo está envolvido com o rap:
Sou José Carlos Souza Santos, cristão e comprometido com a causa evangelística, motivado pela vida de Cristo, como ele andou por aqui e o que fez enquanto pisou nessa terra. O hip hop, como música e cultura me foi apresentado, principalmente, através dos Racionais e toda aquela geração do final dos anos noventa. Ali consegui me ver retratado, o que não ocorria com o Rock, música mais popular da época. Minha maior escola porém é o rap underground que conheci através de mc´s e dj´s cariocas como Don Negrone, Esquadrão Zona Norte, Dj Kong e etc. De lá pra cá já se vão 13 anos.
MODU: Que avaliação você faz do hip hop desde a época que você começou com os dias atuais? Houve evolução? Que avaliação você faz do momento atual que o rap vive?
Vejo o hip hop crescendo em muitos setores, isso é inegável! Imaginar que teríamos festas de rap tocando rap brasileiro com pistas de dança, consumação do público e artistas bem remunerados era utópico a alguns anos, salvo um ou dois casos. Só que junto com toda evolução vem alguns problemas e no caso do Rap feito aqui no Brasil, o que vejo como saldo negativo é a legalização de assuntos antes questionados. Temas como ostentação, pornografia e apologia a drogas existiam, mas eram pouquíssimos. Hoje o rap abraça idéias que aqui no Brasil pareciam não colar. E segue a evolução...
MODU:  Seja falando de favela, crime, amor, realidade, protesto, feminino, gospel, pra mim, tudo é rap, mas existem essas rachaduras. Como você vê e sua opinião dessas divisões, que todo mundo diz que não tem no rap, mas tem?
Existem sim até porque falam de assuntos diferentes, tendo o rap como único fator comum. Minha opinião muitos já estão ligados: O ouvido e neurônios vão avaliar do que se trata e se é bom, ruim, santo ou profano! Os rótulos servem pra identificar o que não é explícito. Como procuro ser bastante claro sobre minhas convicções não rotulo o tipo de música que faço, deixo isso na responsa de quem escuta.
MODU: Quais são suas influência musicais, que despertou o seu interesse em ser MC?
Ouço de tudo que você possa imaginar e mais um pouco. Quem me deixou boas sementes de influência com certeza foram Mos Def e Talib Kweli. Me lembro quando ouvi o album do Blackstar pela primeira vez e senti que não precisava traduzi-lo, falavam uma língua que eu entendia. Louco né? (risos). O interesse por ser um mestre de cerimônias veio quando vi bons mestres de cerimônia em ação: Slow da BF, Marechal, Shackal dentre vários outros. Ali eu determinei: Vou fazer isso! Hoje minha "caixa de boas influências" inclui muitos outros nomes, principalmente do Underground cristão: Braille, Sivion, Theory Hazit etc.

MODU: Entrei pela primeira vez em uma igreja, porque passei em frente e tinha uns caras cantando rap lá dentro, entrei pelo som, e gostei do ambiente, e fiquei, mas mensagem de Cristo nos rap´s de que maneira você vê essa linguagem.
Eu voltei pra Cristo através de um evangelismo feito por um grupo de rap. Daí você já sabe qual minha posição sobre o assunto. Esse inclusive é o tema da minha atual música de trabalho "É isso mesmo". Ela retrata a importância de se respeitar e considerar não só o rap ou os mc´s mas todos os jovens cristãos, como evangelístas pós-modernos, que vivem em uma época onde o evangelismo tradicional não chega em muitos lugares onde esses jovens chegam e podem estar fazendo sua parte pro Reino. 
MODU: Qual a importância do freestyle para o rap nacional em sua opinião?
Pro rap é grande, muitos começaram pelo freestyle como primeira porta para uma carreira mas me permita falar um pouco sobre evangelismo: O freestyle é muito importante mesmo. Hoje tenho falado de salvação e mudança de vida através do freestyle, seguindo a direção de Deus pra rimar aquilo que muitos precisam ouvir, o que é sensacional. Pra você ter uma idéia, Deus me possibilita pregar a palavra em alguns cultos através do improviso, dando exemplos bíblicos e fazendo analogias para melhor percepção dos irmãos. Nessas horas percebo o quão importante foi o dia que tive contato com essa cultura. Hoje eu a uso pra salvar vidas.
MODU: Você é melhor letrista ou freestaleiro?
Eu sou o melhor e mais indicado a passar essa bola (risos). Que eu possa ser o menor da casa e o mais útil na obra de Deus, se eu conseguir isso já tá bom demais.
MODU:  Sua mix tape desde 2010 está na rua, como foi fazer esse trabalho, como está sendo a aceitação dele, e como ela pode ser adquirida?
Graças a Deus estamos partindo pra mais uma tiragem, devido a grande procura que tem tido. Essa mixtape é o resultado de muita perseverança e principalmente, muita dedicação dos envolvidos. Toda oportunidade que tenho de agradecer a disposição e interesse do meu irmão Dino T-rex  serão poucas, pq esse cara é um irmão que eu pude escolher, um grande amigo e um excepcional produtor, beatmaker e diretor musical. Trabalhamos semanalmente durante 8 meses nesse disco, com cuidado a cada passo. O resultado foi muito satisfatório mesmo. Hoje temos parceiros que representam e distribuem a mixtape em várias cidades do Brasil e pra conferir onde e como conseguir é só chegar no nosso blog, na sessão "Cd Loco-motiva": www.locomotivanews.blogspot.com.
MODU: Você é espelho pra muita gente que ta chegando agora. Qual a dica para quem quer seguir o mesmo caminho? E como é ser, às vezes sem querer, um formador de opinião?
Lutamos pra ser exemplo pra alguém durante toda nossa vida, mas quando você escuta isso com todas as letras de alguém que te admira e acompanha seus corres é chocante. É como se vc tivesse a responsabilidade triplicada pq tem que viver o que canta. Sou grato a Deus por poder ouvir isso das pessoas. Já ouvi de criança, de adolescente, de presidiário e até de senhores, mais velhos que eu. Quando Deus me chamou pra falar de suas obras através do Rap eu o questionei, pedi confirmações e aguardei durante seis meses até a primeira letra. Isso porque eu sabia que pra ser exemplo eu teria que cumprir o que digo, fazer o que recomendo e viver o que canto. E Ele tem me motivado a seguir.
MODU: Qual a expectativa para a apresentação do dia 16.07, no projeto Noite do Improviso?
Muito grande porque o meu chamado é para o evangelismo, a pregação a quem precisa muito. Não tenho dúvidas que esse é o caso da Vila Kennedy, comunidade que conheci a alguns anos atras por intermédio de irmãos como André Ramiro, Da Vila e Ramon. Nessa edição voltada para músicos q falam de Deus, espero em Cristo ver o mover do Espírito Santo sendo emanado naquele teatro. Eu creio muito em Deus e entro nas missões com a certeza da vitória em Cristo. Dia 16/07 é dia de vitória!
MODU: Lá você irá dividir o palco com outros artistas na cena gospel, como Grupo Jeybe, CelebraSoul e Equipe Louvemos, já teve contato com o trabalho de algum deles?
Ouvi falar de todos mas conheço pessoalmente somente as meninas do Jeybe. São uma benção e onde passo ouço bons testemunhos sobre elas. Será uma honra conhecer os demais e dividir com eles a missão que Deus guardou pra essa data.
 MODU:  Pra terminar, gostaria de agradecer a aceitação do convite, desejar sorte no dia 16, e que você nos deixasse um recado de paz e fé.
Provações são provas autorizadas por Deus, que te conhece e reconhece seu empenho e luta quando são honestos. Levanta esse semblante se estiver caído. Injeta mais força nessa prova, seja constante e objetivo. Se fossem só palavras elas só te motivariam mas Deus quer mais, quer um compromisso contigo. Muito obrigado pelo espaço queridos, sejam abençoados em nome de Jesus. Deixo também meu agradecimento a todos da equipe que me acompanha, a família Tocsctudio: Tiago Cabral, Laila Monteiro, Márcio Xavier, Mari Alves e a todos os artistas do selo. Espero por todos vocês dia 16/07 na Noite do Improviso. Paz!

MODU:  Pra conhecer mais do trabalho de locomotiva
 www.locomotivanews.blogspot.com
Facebook/mclocomotiva
@twitter: @mclocomotiva
tel,21 7808-5881 / 219174-0563 (Mari Alves)